Noêmia Maria da Silva, 42 anos, empregada doméstica da casa de José de Arimatéas Rabelo, o Zé Simão, e de Gercineide Monteiro, falou pela primeira vez à imprensa e negou qualquer relacionamento extraconjugal com Zé Simão. Ele é ex-prefeito de Lagoa do Sítio e o principal suspeito de assassinar a mulher, Gercineide, em 10 de fevereiro, com ajuda de Noêmia.

Durante entrevista exclusiva ao repórter Tiago Melo, da Tv Cidade Verde, a empregada afirmou nunca ter tido qualquer relacionamento com o prefeito, ao contrário do que foi indicado à época de sua prisão, logo após o crime. De acordo com ela, a afirmação foi feita por Zé Simão para tentar incriminá-la.

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“Nunca tive relacionamento nenhum com ele, só de funcionária. Eu trabalhava para ele. Eu não disse isso, não falei isso [que tinha um caso com o ex-prefeito]. Eu só assinei o que ele falou. Acho que foi o meio de ele se livrar”, declarou.

A indicação da polícia é de que Noêmia teria participado do crime por sentir ciúmes do patrão com a esposa. Ela, contudo, afirma que não acreditava que Zé Simão fosse capaz de matar a esposa, mas que ele tinha motivos, já que sentia ciúmes de um suposto caso da mulher com um médico da cidade.

“Se tiver sido ele mesmo, foi por ciúmes. Nunca suspeitei que ele podia matar a esposa, mas eles brigavam, discutiam. Eu não sabia o motivo da discussão, mas comentavam que ela havia traído ele. Tinha tido essa infidelidade com um médico que prestava serviço na cidade e que essa situação incomodava muito ele”, declarou.

O dia do crime

Noêmia relembrou os acontecimento da manhã do dia 10 de fevereiro. Segundo ela, o patrão apenas pediu que ela guardasse um embrulho e ela não teve qualquer curiosidade de ver do que se tratava. O pacote continha a arma usada no crime. Gercineide foi morta com um tiro no ouvido enquanto dormia.

“Quando cheguei, ele me entregou um embrulho e  eu guardei. Não falou o que era,  estava embrulhado em uma flanela vermelha e ele pediu pra eu guardar bem guardado. Guardei em cima do forro da cantina e fui fazer o café. O prefeito saiu e não demonstrou nada, estava tranquilo”, disse.

Segundo ela, ninguém entrou na casa enquanto o prefeito estava fora. Algumas pessoas que costumavam frequentar a residência chegaram ao local e ficaram sob a sombra de uma árvore do lado de fora da residência. Noêmia teria ido preparar o café da manhã, como sempre fazia todas as manhãs.

“Segui minha rotina normal, fiz o café. Ele voltou 8h30, eu acho, a hora correta eu não lembro. Ele foi para o quarto e voltou alarmando que ela estava morta. Todos foram e ficaram dizendo que tinha sido morte natural, derrame. Eu não fui [ao quarto], as empregadas não costumavam ir”, disse.

A partir de então, Noêmia relata que o prefeito se mostrou nervoso e que a polícia chegou ao local. Em seguida, constatou-se a morte por arma de fogo.

Prisão

Noêmia e o prefeito foram presos logo após o crime, ambos apontados como tendo relação direta com a morte da então primeira dama. Ela atualmente está há cinco meses cumprindo pena na Penitenciária Feminina de Teresina. Segundo Noêmia, ela está presa injustamente.

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“Estou presa injustamente, porque eu não devo, não participei do crime, não participei de nada. Não influenciei nada. Minha conversa era de patrão e funcionária.  Espero que a justiça seja feita e vá julgar quem deve. Eu não devo”, disse.

Noêmia declarou que tem feito cursos e tem estudado muito dentro da prisão. Mas destacou que espera sair logo da cadeia e que a pior parte tem sido ficar longe da família. Noêmia se emocionou e chorou ao comentar a situação.

“É muito difícil ficar longe da família. Minha filha está grávida de seis meses e não posso acompanhar, é meu primeiro neto e eu não vi ela, tem cinco meses que não vejo. Muito difícil ficar longe da família, meu filho sempre volta arrasado, diz: ‘Mãe eu não aguento lhe ver aqui’. Estão cometendo uma injustiça grande comigo”, lamentou.

Ela comentou ainda que a situação não prejudicou sua relação com o marido. Segundo Noêmia, o esposo confia nela. Quanto às indicações de que o marido teria ido à casa do ex-prefeito quanto este saiu no dia do crime, ela negou.

“Ele não foi quando o prefeito saiu, eu fui trabalhar sozinha. Quem disse isso foi comprada, prometeram ajudar ela, dar uma casa. Meu marido é inocente, não participou de nada. E ele confia em mim, sabe a mulher que tem”, disse.

Ao encerrar, ela disse apenas que espera que a justiça seja feita e que sua prisão é injusta.

Fonte: Cidade Verde

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