O superintendente da Polícia Técnico-Científica do Piauí, Antônio Nunes, e o Delegado Geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista contestaram a fala do perito criminal George Sanguinetti, que concedeu entrevista ao vivo para o jornal Agora.

Durante entrevista, Sanguinetti contestou o laudo da morte da primeira-dama de Lagoa do Sítio que, segundo a polícia, foi assassinada pelo marido, o ex-prefeito da cidade, Arimatéia Rabelo, o Zé Simão, que encontra-se  preso juntamente com a empregada do casal, Noêmia da Silva Bastos, de 43 anos, acusada  de participação no crime.

“Não há indício que ligue ele ao crime”, diz perito George Sanguinett sobre ex-prefeito Zé Simão

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Antônio Nunes diz que perito foi ‘desrespeitoso

“Foi bastante desrespeitoso e usou termos como inservível, impreterível e disse que o laudo não servia para coisa alguma. É a terceira vez que ele vem ao Piauí. Na primeira, foi o caso do assassinado do sobrinho da dona da empresa Furtado. Ele foi contratado pelo acusado, o laudo foi mais ou menos o que ele pensava também, e rasgou algoios ao trabalho da pericia do Piauí, ou seja, a pericia do Piauí era excelente naquela época, segundo ele. Aliás, não é a primeira vez que ele mostra esse comportamento. No caso Nardoni, por exemplo, disse que havia um pedófilo dentro do prédio. Sim, podemos descobrir alguma coisa que a polícia oficial não viu e até haver uma soltura, mas isso é da forma legal e ética, e não chegando aqui e desrespeitando à pericia do Piauí”, disse.

Perito afirmou: “Não há indício que ligue ele ao crime”

O Delegado Geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, contesta a fala do perito que afirmou: “A polícia foi precipitada ao apontar o prefeito como autor do crime”.

“De forma alguma. A polícia age com provas, indícios e participação a pessoa no crime. Houve um contato com Dr. Nunes, foi enviada uma equipe de peritos para o local e foi comprovado que a vítima estava com projétil alojado maxilar. Devido a isso, já havia uma suspeita em relação ao prefeito. Além disso, existem cosias no inquérito que a polícia não pode divulgar, já que corre em segredo de justiça e profissional. Possuímos um dos melhores Instituto de Pericia do Brasil. O caso mais recente, ocorrido em Castelo, onde a polícia cientifica fez um ótimo trabalho”, afirma.

Perito diz que não havia restos alimentrares

O perito Sanguinetti afirmou que não havia restos alimentares e, portanto, a morte não ocorreu entre 1h e 1h30, mas sim entre 06 ou 7 da manhã.

“Inservível é o laudo produzido por um não médico legista que nunca trabalhou em IML algum. Médico legista é aquele que trabalha fazendo exames em mortos e vivos. Quero que ele mostre aqui quais cadáveres que ele já abriu até hoje?. Eu o desafio. Sim, na descrição não há restos alimentares. Na verdade, na há descrição de restos alimentares sólidos, pois uma vez que a digestão está no final, ela fica pastosa e por fim liquida até que é absorvida. Ninguém absorve grão de arroz. O estômago esvazia e depende da temperatura. Ele passa e vai para o intestino delgado após esse período. Então, se eu saber a hora da última alimentação, eu saberei quanto tempo depois essa pessoa morreu. Portanto, havia restos alimentares em estado pastoso. A gente pega um cadáver e vai saber se ele está duro ou está desfazendo a rigidez”, disse.

Perito disse que não mediram a temparartura do cadáver

A polícia cientifica está capacitada? Foi questionado a falta de um termômetro para medir a temperatura do cadáver que, o perito, não foi verificada.

“A polícia criminal do Piauí conta com profissionais de excelente qualidade, especialistas, concursados com mestrado e alguns com doutorado na área. A estrutura é boa. A questão da contestação, feita pelo perito e pelo advogado em relação a atividade policial, ela foi confirmada por um desembargador e confirmada por um ministro do STJ, ou seja, não é só a polícia que está dizendo que o ex-prefeito é culpado, mas um desembargador e um ministro que confirmaram oi inquérito da policia do Piauí”, explica.

Perito diz que não houve  exame na arma do crime

Perito pergunta por qual motivo não foi feito exame residuográfico da arma e nem coleta nas mãos dos que estavam na cena do crime. Segundo ele, os peritos não falam em digitais.

“Nós fizemos trabalho quetinhos e o Ministério Público vai apreciar. Ele falou em exame residuográfico, mas não serve para nada mais. Em alguns casos, se usa microscopia em varreduras. Se alguém requisitar, poderá ser feito. Para fazer digitais depende de quem já pegou nela, inclusive uma mancha de gordura fica”, disse.

“O inquérito já foi concluído. Qualquer questionamento, precisa se feito via processo”, diz Riedel Batista.

Perito diz que primeira-dama teve morte imediata

Perito diz que a vítima não estava na posição que alguém, dormem, mas em posição transversal.

“Eu acredito que ele deve ser cego, porque temos fotos mostrando onde entrou e saiu a bala. Além disso, está descrito no laudo. Se o juiz se convencer disso, pode ser feito a exumação do corpo. Não vai ajudar muito. Existe uma tabela que você joga a temperatura ao tempo estimado de morte”, diz Antômnio Nunes.

“O Dr. Nunes possui a confiança da polícia. Um período vem de fora para questionar um trabalho já concluído”, afirma o delegado.

Fonte: Meio Norte

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