Houve depredações e confronto entre a polícia e manifestantes em um protesto em Brasília nesta quarta-feira (24). Um grupo colocou fogo no Ministério da Agricultura, mas o incêndio já foi controlado. Servidores dos ministérios receberam ordens de evacuar os prédios por volta das 15h30. A PM atirou balas de borracha e gás lacrimogênio, enquanto manifestantes atiravam pedras e tentavam avançar em direção ao Congresso.

Quatro pessoas foram detidas e uma ficou ferida por arma de fogo, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Um dos presos é um professor do Espírito Santo que estava acompanhado da filha, menor de idade. Três dos detidos portavam entorpecentes e arma branca, segundo a Polícia Militar.

O governo autorizou o uso de tropas federais para conter o protesto.

Por causa do tumulto, boa parte dos manifestantes começou a deixar a Esplanada dos Ministérios por volta das 16h15.

Fotos: G1

 

Danos a ministérios

Nesta tarde, vários atos de vandalismo foram registrados ao longo da Esplanada dos Ministérios. Houve incêndio no Ministério da Agricultura. Equipes do Corpo de Bombeiros foram ao local e informaram que o fogo foi extinto por volta das 16h15.

Também foram danificados os prédios da Fazenda, Minas e Energia, Planejamento e Turismo, além do Museu da República e Catedral Metropolitana. Fachadas foram pichadas com palavras de ordem como “fora, Temer” e “diretas já”.

Grupos também quebraram vidraças e refletores. Pastas e documentos foram retirados dos ministérios da Cultura e do Meio Ambiente, que dividem o mesmo prédio. Objetos também foram queimados em frente ao Ministério da Saúde.

A confusão começou por volta das 14h, quando ativistas de rostos cobertos tentaram furar o cordão de revista policial, montado pela PM entre a rodoviária do Plano Piloto e a Esplanada dos Ministérios. Houve corre-corre, e os manifestantes conseguiram furar o bloqueio, entrando na área da manifestação com hastes de bandeiras, materiais explosivos e perfurantes. Segundo Polícia Militar, grupos levavam estilingues para atirar pedras contra policiais.

Imagens feitas no local mostram uma série de pessoas sendo imobilizadas e carregadas pelos policiais.

O início do ato
O protesto foi convocado por centrais sindicais e ativistas políticos e divulgado em redes sociais. Até o meio-dia, os organizadores não informavam estimativa de público. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, o ato reunia 25 mil pessoas no entorno do estádio Mané Garrincha até as 11h30.

Ônibus chegaram ao estacionamento do estádio Mané Garrincha na noite de terça-feira (23) e manifestantes reunidos pela Força Sindical montaram acampamento próximo a Funarte e a Torre de TV. O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, disse que a reunião de manifestantes em Brasília tem um forte peso.

De acordo a Força Sindical, vieram 41 ônibus de Santa Catarina, 51 de Goiás, 40 do Mato Grosso do Sul e 160 de Minas Gerais. Na Torre de TV e próximo a Funarte, a Polícia Militar estima 300 ônibus de várias localidades. A organização afirmou que as viagens estão sendo custeadas pelas centrais sindicais de cada estado.

Há manifestantes de diversas cidades de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A liderança da Força Sindical informou que há cerca de 1,8 mil sindicatos representados. O Diretor Nacional de Educação Sindical Nova Central, disse que até às 10h, 6 mil pessoas estavam em Brasília representando a entidade.

Alguns manifestantes carregam caixões para representar a morte dos direitos. Participantes da Força Sindical colocam faixas de “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos” sob os caixões. O diretor financeiro do Sindicato dos Mototáxis de Brasília, Rubens de Almeida, informou que 120 motociclistas participam do ato.

Agentes penitenciários também carregam faixas contra a reforma da Previdência. Para o servidor Jairo César Rodrigues, o governo conseguiu unir as centrais sindicais. “Esse governo conseguiu unir as centrais em um só objetivo o que não aconteceria há muitos anos.”

Na manhã desta quarta, a Polícia Militar fiscalizou 53 ônibus ligados à Central Única dos Trabalhadores, vindos de Goiânia e do Pará. Segundo os policiais, foram recolhidas pedras, canos de PVC, hastes de madeira e um facão.

Bernardo Piloto veio de Curitiba com a Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federais do Paraná para lutar contra um governo que ele diz considerar ilegítimo. ” Queremos eleições diretas e não, de novo, um governo não eleito pelo povo.”

Fonte: Cidadeverde.com por G1 

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