Batizada de Déspota, a megaoperação do Ministério Público prendeu oito pessoas somente no município de Redenção do Gurgueia (a 691 km de Teresina), na manhã desta quinta-feira (14). Além do prefeito de Redenção de Gurguéia, Delano Parente (PP), foram presas mais 15 pessoas.

O promotor de justiça, Romulo Cordão, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, confirmou que a quadrilha provocou um rombo que chega a R$ 17 milhões nos cofres públicos nos últimos três anos.

A operação cumpriu 16 mandados de prisões em Teresina, Redenção do Gurgueia, Morro Cabeça no Tempo, Bom Jesus e Avelino Lopes.

O Ministério Público divulgou a lista dos presos em Redenção, que seria o núcleo de fraude.

Audemes de Sousa Nunes – pai do prefeito e secretário de Infraestrutura

Julimar Pereira Borges – secretário de Saúde

Romário Alves de Figueiredo – ex-presidente da Comissão de Licitação

Francisco das Chagas Macedo de Andrade – vereador Chiquinho, do PC do B

Marcílio Brás de Lima – presidente da Companhia de Águas e Esgotos

Luis Nonato Dias da Silva – empresário

Arnilton Pereira do Lago – empresário

Benedito Fonseca dos Santos – funcionário da prefeitura de Redenção.

O prefeito Delano Parente foi preso às 6h30 de hoje em sua residência no bairro Ilhotas, em Teresina. Ele foi levado a Central de Flagrantes, pois em seu apartamento foi encontrado um revólver calibre 38 e nove munições. Na Central, Delano se negou a falar.

Em seguida, o prefeito foi levado para a sede do Gaeco, no bairro Jockey, para prestar depoimento. O restante dos presos foram levados para o presídio de Bom Jesus.

MANSÂO

Imagem do momento da prisão do prefeito, no bairro Ilhotas

As investigações foram desencadeadas pela Promotoria de Justiça de Redenção do Gurgueia, há cerca de sete meses. A partir das denúncias encaminhadas por vereadores do município, o órgão acionou o GAECO, que por sua vez constatou a existência de fortes indícios de fraude em licitações, com superfaturamento de preços, emissão de notas fiscais frias, utilização de “empresas de fachada” e lavagem de dinheiro. “Após um amplo trabalho de investigação, o Ministério Público detectou as operações de uma verdadeira organização criminosa, com o envolvimento do prefeito, secretários municipais, servidores, empresários e advogados”, informa o Procurador-Geral de Justiça, Cleandro Alves de Moura. “Ao todo, estão sendo investigadas quarenta pessoas e sete empresas. Os prejuízos aos cofres públicos devem chegar à casa dos milhões”, pontua o chefe do MPPI.

O esquema consistia no direcionamento de licitações, para que fossem vencedoras as empresas envolvidas. Tais sociedades, contudo, não dispunham de sede em funcionamento ou de qualquer estrutura para fornecer as mercadorias compradas ou prestar os serviços contratados. Todas as transações, então, eram forjadas, com o intuito de “lavar” o dinheiro público empregado nos pagamentos. As práticas efetivadas configuram ainda crimes contra as licitações e peculato, além de corrupção ativa e passiva.

As investigações incluíram a aplicação de procedimentos como interceptações telefônicas, quebra do sigilo bancário e fiscal dos suspeitos e oitiva de testemunhas. “Uma das principais bandeiras do Ministério Público é o combate à corrupção. Sem dúvida, a Operação Déspota é um marco, pois evidencia a eficácia da atuação do GAECO e a capacidade de articulação entre os órgãos de controle e as corporações policiais, sempre no propósito de proteger o patrimônio público”, declarou o Procurador-Geral de Justiça, Cleandro Moura. Onze Promotores de Justiça estão acompanhando o caso.

Fonte e foto: Yala Sena cidadeverde.com  

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