Meses de conflito entre xiitas hutis e a aliança liderada pela Arábia Saudita causaram a redução dos serviços de assistência a crianças, e meio milhão de gestantes tem elevado risco de complicações no parto no Iêmen. A conclusão é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Um quarto das unidades de saúde está fechado desde março, o que equivale a 900 unidades a menos no país de aproximadamente de 24 milhões de pessoas. As instalações abertas enfrentam carências de suprimentos médicos.

Desde o final de março, a aliança liderada pela Arábia Saudita tem bombardeado o movimento rebelde huti – aliado do Irã – em uma tentativa de recolocar o presidente exilado Abed-Rabbo Mansour al-Hadi no poder.

Um relatório do Unicef traz como exemplo do drama das crianças o caso do menino Abdul, de quatro anos, que foi morto por um franco-atirador. Por sua vez, Nada, de sete anos, revela medo e trauma, quando descreve a morte de Abdul, dizendo: “Eu não quero morrer como ele”.

Doenças e má nutrição

As crianças estão “sofrendo as consequências de um conflito brutal”, destaca o Unicef, revelando que 10 milhões – ou a metade da população do Iêmen – enfrentam riscos crescentes de doenças e má nutrição.

O relatório diz que neste ano, até a última sexta-feira, mais 377 crianças foram recrutadas para os combates. Ambos os lados tem contado com cada vez mais crianças para integrarem suas fileiras no conflito.

No início desta semana, a Anistia Internacional pediu às Nações Unidas que criem uma comissão de inquérito a fim de investigar alegados crimes de guerra cometidos pelos dois lado.

“Nós sempre fomos pobres, mas nós nunca tivemos medo de morrer como agora”, diz Amjad Alwan, 12 anos.

Sem assistência prometida

O porta-voz do Unicef Rajat Madhok disse à Associated Press que, há meses, a Arábia Saudita prometeu centenas de milhões de dólares para financiar ajuda humanitária, mas a agência não recebeu nenhum dinheiro, e os termos da assistência seguem em discussão.

A aliança impôs restrições severas para transporte aéreo e marítimo enquanto o governo do Iêmen no exílio acusa os hutis de interceptarem os recursos da assistência humanitária.

A população do país depende muito de suprimentos importados. Os esforços da ONU para a realização de um cessar-fogo humanitário falharam.

A ONU diz que a guerra já matou 4 mil pessoas, sendo a metade civis. Cerca de 100 mil iemenitas fugiram do país desde março, de acordo com o Acnur.size_810_16_9_criancas-iraque

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